TESTEMUNHO


Testemunho - Renato Joaquim

Programa Espaço Desafio, 07/09/2013

Vício, sofrimento, uma vida sem perspectivas.

Da Morte para a Vida!

Minha vida não foi diferente do que a de muitos garotos paulistanos de classe média. Uma boa família, uma boa escola, um bom comportamento.

Meu nome é Renato Joaquim, hoje levo uma vida cristã. Mas não foi sempre assim. Nascido na Freguesia do Ó, fruto de uma relação onde minha mãe foi embora aos meus seis meses de vida, fui criado por meu pai e meus avós. Fui um bom filho, um bom aluno, uma criança perfeitamente normal.

Por volta de 14 ou 15 anos, por curiosidade experimentei minha primeira droga, a MACONHA. Festas, agitos e muita empolgação nessa fase da vida sem preocupações. Somente estudava e curtia, mais curtição do que estudos.

Um pouco mais adiante, tive contato com a COCAINA que não me chamou a atenção. Mas foi no CRACK que tive uma experiência onde nunca havia sentido nada parecido. O CRACK é uma droga potencialmente viciante que produz um efeito muito forte e momentâneo. Comecei misturando-a com maconha, depois com cigarro, até terminar nele puro.

Mais ou menos com 19 anos, entrei na faculdade, fiz novos amigos, novas curtições e por consequência, novas drogas estiveram ao meu alcance. Um cigarro de maconha antes da aula não me afetava, não que eu percebesse. Fiz uso de inúmeras drogas nas festas que comecei a frequentar. Extasy, LSD, Anfetamina, até Quetamina, um anestésico de uso veterinário, entre outras inúmeras drogas importadas e caras.

Mesmo nesse meio social mais elevado, em meio aos estudos, as festas, estagio de trabalho, eventos, eu ainda continuava fazendo uso do crack, pois era a minha droga favorita, nada se comparava a ele.

Minha família já percebia as mudanças em meu comportamento. Objetos que sumiam de casa e minhas mentiras mirabolantes para conseguir mais dinheiro. Meu pai é um policial militar aposentado, mas na época fazia parte de uma equipe de elite da Policia Militar. Tento imaginar sua frustração e desgosto nessa época.

Somando tudo, foram 10 anos de dependência do crack, três princípios de overdose, que quase resultaram em morte, três internações em clinicas de recuperação de dependentes químicos, uma prisão e muito sofrimento em minha casa. Lembro o rosto de meu pai indo visitar-me, preso em Carapicuíba.

Meu pai foi uma peça importante, pois sempre me apoiou tanto nas internações, como nas fases difíceis do vício. Apesar de muito triste, esteve sempre ao meu lado. A internação é o método mais eficaz para dar inicio a um trabalho de mudança de vida.

Dia 26 de Março de 2011 foi o dia que separou minha vida em dois:

 

Morte x Esperança

Somando tudo, foram 10 anos de dependência do crack, três princípios de overdose, que quase resultaram em morte, três internações em clinicas de recuperação de dependentes químicos, uma prisão e muito sofrimento em minha casa. Lembro o rosto de meu pai indo visitar-me, preso em Carapicuíba.

Nesse dia, em minha última internação, a minha vida começou a tomar um rumo. Foi onde eu verdadeiramente abri meu coração para Jesus e disse: – Eis-me aqui Senhor! Já havia passado por duas internações. Mas dessa vez, eu sentia que precisava tomar uma decisão.
E tomei.

A vida de um usuário de Crack é igual em qualquer classe social, em qualquer bairro e em qualquer família. A história é sempre a mesma. Vício, sofrimento e uma vida sem perspectiva.

O que mudou naquela internação é que a partir daquele dia, daquele sentimento, daquela decisão, Jesus começou a fazer parte da minha vida como meu Senhor e salvador e Deus estava em primeiro lugar.

Comecei a aceitar o meu problema e dar a devida importância e seriedade a minha vida.

Aprendi muito andando com Cristo. Como agir em variadas situações, não perder o controle, saber discernir as coisas, afastar-me de locais, pessoas e situações que podem influenciar em minha vida com Jesus, assim como minha vida pessoal, profissional, sentimental, etc.

A clínica é somente um preparo e um refúgio. A verdadeira recuperação é aqui, do lado de fora. Passei alguns meses preparando-me para não envergonhar Jesus, minha família e para que eu conseguisse livrar-me do vício.

Voltei para casa e minha família já havia percebido que havia algo diferente em mim que eles não entendiam, mas era o brilho do Espírito Santo que estava sobre minha vida.

Não demorou muito tempo, consegui arrumar um emprego, minha família começou a ter orgulho de mim, conheci uma pessoa maravilhosa na própria clínica, que ia visitar uma pessoa lá. Ela me ajudou muito e estamos juntos a mais de dois anos. Passei por alguns empregos até chegar nessa porta que Deus abriu.

Nunca conto e nunca contarei de bens materiais que consegui, pois isso é fruto de meu trabalho, graças a uma porta de emprego que Deus abriu. Os bens não importam, as coisas não importam, o que deve ser lembrado é o que Jesus fez por mim e pode fazer com qualquer um que verdadeiramente abrir o seu coração e posicionar-se segundo a palavra de Deus.

"Nada que esse mundo me ofereça é capaz de superar o prazer e a alegria de caminhar com Cristo!"

Depois que entrei na Desafio em Cristo pude entender, ouvir e aprender o verdadeiro evangelho, pois vinha de igrejas que faziam comercio de Deus, que deturbavam a verdade do evangelho. Comecei a envolver-me em tudo na casa do Senhor para aproximar-me cada vez mais da igreja. Fiz teatro, coral, participei de todos os eventos, entrei no grupo de jovens, sociedade dos Homens, tudo para ficar cada vez mais firmado em Cristo.

Fiquei muito feliz quando a Pastora Vânia convidou minha namorada e eu para fazermos parte da Banda Desafio em Cristo. Para mim foi uma honra e um privilegio estar louvando ao Senhor na igreja. Confesso que na primeira vez que subi diante da igreja minhas pernas tremiam, tamanha era a emoção e a responsabilidade de estar ali que quase minha voz não saiu.

Uma coisa que a Pastora sempre nos ensina é que a igreja não precisa de músicos profissionais, mas sim de verdadeiros adoradores e isso se aplica em todas as áreas da igreja e levo isso em minha vida.

Venho fazendo o meu melhor para Deus, honrando o nome de Jesus, honrando a Desafio em Cristo, ajudando jovens a conhecerem esse Jesus que liberta e pode mudar as suas vidas.

Agradeço a Deus, a Pastora Vânia, minha família e minha namorada.

ANTES: Um jovem SEM Deus

AGORA: Um jovem EM Deus

Hoje sou feliz, casado, pai e na obra do Senhor.

Renato Joaquim.

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