TESTEMUNHO


Testemunho - Pastora Iraci

Programa Espaço Desafio, 14/09/2013

A Espera da Morte

Meu nome é Irací Nunes, já aos 13 anos trabalhava durante o dia e estudava à noite. Lembro-me que cansada, voltando tarde da noite da escola, logo no portão de casa ouvia os gritos do meu pai embriagado discutindo com minha mãe. Por vezes assisti meu pai agredi-la fisicamente.

Passei então a não entrar mais em casa e ficava na rua com meus amigos até as coisas se acalmarem. Nesse tempo acabei aprendendo a beber e a fumar e nos finais de semanas ia para os bailes. Eu era muito agressiva, brigava, batia sem motivos, era só olhar para mim que já era motivo de confusão.

Aos 15 anos conheci o pai das minhas filhas. Por ocasião de um desentendimento com meu pai, saí definitivamente de casa e fui morar com o meu namorado que também gostava de beber e curtir as noites.

Cada vez ia bebendo mais até que me tornei alcoólatra. Saía numa quinta-feira e só voltava no domingo. Participava de torneios de vira (disputar quem bebe mais), gostava do “o bomberinho” (pinga com groselha). Muitas vezes voltava para casa carregada por meu namorado.

Aos dezoito anos tive minha primeira filha e, aos dezenove minha segunda filha. Meu marido passou então a passar às noites fora sem a minha companhia. Quando ele voltava eu já estava bêbada, eram discussões e mais discussões que quase sempre terminavam em agressões físicas, até que nos separamos. Fiquei sozinha com duas filhas pequenas para criar.

Com a separação voltei a morar com os meus pais que cuidavam das minhas filhas que na época tinham 9 e 10 anos, para que eu pudesse trabalhar. Eu era modelista e bordadeira, trabalhava na rua São Caetano criando modelos de vestidos para noivas e ocasiões especiais.

Passei a sair em todos os finais de semana freqüentando bares, arrumando brigas e acabei me tornando uma pessoa muito amarga, ruim, intratável. Não parava mais em nenhum emprego. A bebida ia me separando cada vez mais dos amigos, da minha família e de minhas próprias filhas.

Aos 34 anos, já no fundo do poço esperava pela morte. Com minhas filhas totalmente afastadas de mim, morando com a tia delas, eu trabalhava em troca de pão em uma oficina de costura que funcionava no próprio quintal da casa da dona das máquinas. Continuava bebendo muito e fumava 3 maços de cigarro por dia.

Nessa época a proprietária da oficina que era “mãe de santo,” ficou muito doente com o aparecimento de um mioma que tomava totalmente o seu útero. Éramos em 6 que trabalhavam ali, e todas ficamos comovidas e preocupadas com a situação da patroa.

Foi então, que uma amiga da nossa patroa chamada Maria de Lourdes (hoje nossa irmã “Dinha”) chamou uma mulher de Deus que orava e as pessoas eram curadas para que viesse até a oficina e orasse por ela.

E assim aconteceu, essa tal mulher de Deus veio visitar a nossa patroa doente em seus aposentos que ficavam no andar de baixo de onde trabalhávamos. Ela orou a Deus, repreendeu os demônios que havia sobre ela, nossa patroa recebeu a Jesus e foi milagrosamente curada. Até a cirurgia que estava marcada no hospital da Santa Casa foi desmarcada antes mesmo da nossa patroa refazer os exames e constatar que o mioma havia sumido e seu útero estava normal.

Foi possível notar a diferença em nossa patroa, era uma nova pessoa. Foi então, que alguns dias depois, ela pediu que essa tal mulher de Deus viesse conhecer a todas as costureiras que trabalhavam ali.

Naquele dia conhecemos a tal mulher de Deus, foi numa terça-feira, ao passar por minha máquina onde trabalhava, olhou em meus olhos e disse: “- Seus problemas terminaram!” Era a pastora Vânia.

Comecei a chorar muito e não entendia o que estava acontecendo. Chorei dois dias seguidos, aquela mulher disse que eu iria morrer, pois só assim os meus problemas poderiam terminar. Foi então que chamaram a Pastora novamente dizendo que eu não parava mais de chorar, ela voltou e me explicou que meus problemas iriam acabar, pois Jesus me amava muito e cuidaria de mim, abri o meu coração e recebi ao Senhor Jesus. Eu era uma pessoa tão amarga e difícil, que antes, o meu coração precisou ser moído para que depois, pudesse entender o plano da salvação em Cristo.

Entre as pessoas que trabalhavam ali, havia uma crente desviada que se reconciliou com Deus e todas as outras receberam a Jesus como Senhor e salvador. Nossa patroa então solicitou a presença da pastora Vânia semanalmente em um horário estabelecido, para que pudéssemos orar e ouvir um pouco mais da Palavra de Deus.

Só 30 ou 40 minutos semanais era muito pouco. Foi então que eu e as outras mulheres começamos a pedir que houvesse uma reunião à noite em algum lugar para que pudéssemos aprender mais. E a pastora abriu então, uma reunião em sua própria casa as segundas-feiras.

Era o nascimento da igreja Desafio em Cristo. As colegas de trabalho compareciam e junto com elas iam aparecendo parentes e amigos dos amigos, uns doentes outros viciados em drogas, mães e pais “de santo,” as pessoas iam se convertendo e os milagres acontecendo.

Certa vez, tive que ser levada carregada até a casa da pastora Vânia, pois não conseguia respirar. Eu estava acometida de uma forte crise de bronquite asmática, o médico já havia diagnosticado um quadro de Enfisema Pulmonar. Todos em minha casa queriam me levar ao hospital, mas era dia de nossa reunião semanal com a pastora Vânia e escolhi: “- Quero ir a reunião!”

Quando chegamos lá, a pastora Vânia percebendo meu desespero, pois não conseguia mais respirar, disse: “- Confia, eu vou orar e Deus irá te curar. Respira em nome de Jesus!”

Naquele instante fui milagrosamente curada e pude sentir o ar novamente entrando em meus pulmões e, desde então, nunca mais tive problemas respiratórios.

Fui liberta dos vícios, curada, batizada no Espírito Santo de Deus, voltei a viver, voltei a trabalhar em uma creche como lactarista e lá estou há mais de 18 anos no mesmo emprego, lugar que a pastora também havia profetizado para minha vida. Uma pessoa que antes tratava muito mal as pessoas, hoje dócil, cuidando de bebês, coisas de Deus!

Já se passaram 20 anos, vi tantas coisas que poderia escrever um livro. Vi minha mãe ser curada de artrose, pois não conseguia mais se ajoelhar ou subir escadas, vi minhas filhas se converterem a Cristo e a pastora Vânia celebrar o casamento delas, hoje posso apreciar meus netos na casa do Senhor. Aleluia!

Há poucos meses atrás, sentia muito cansaço fui ao medico e descobri que estava com um sério problema no coração. Era uma doença grave na válvula mitral do coração a qual teria que tomar 6 tipos de medicamentose poderia morrer a qualquer momento. Pedi para Pastora orar, fui fazer novos exames e novamente, para glória do Deus vivo, fui curada.

Hoje como pastora, faço o que posso para colaborar com o ministério da pastora Vânia, mulher de Deus que me apresentou a Jesus, que me devolveu a vida.

A Deus toda honra e toda glória!

Irací Nunes.

Programa Espaço Desafio, 14/09/2013

Scroll to Top